Tenho as unhas sujas
como as de um cão que vai à feiracom sacos plásticos pendurados nas orelhas.
Mesmo sem ouvidos posso ouvi-los
esmurrarem com elegância e belos
o alfaiate contra a parede do ferro-velho.
Mesmo sem os dentes da frente
permito-me sorrir incendiário
a cada bordoada que ouço em meu imaginário.
Mesmo sendo eu.
O alfaiate, o cão e o banguela.
Não sou novela.