segunda-feira, 26 de novembro de 2012

Palavra Poesia

Ainda vejo com surpresa
o exercício mirabolante e encantador
que os escritores fazem com as palavras
são afortunadas,
são selvagens,
são idólatras
chegam a cuspir e a escarrar
carmim ao chão
e dançam freneticamente
num vendaval
galopeiam territórios
elas são irascíveis
elas são suaves
elas são contestadoras
são vocábulos mágicos
elas são altivas
delicadas e com perfume
de flor e de estrume.
Ah!...esses detentores
dos domínios de verbetes dicionarizados
são tão lúcidos, tão fortes e dominantes.
... e eu ouso, com a insensatez
das sílabas, de pronomes
fazendo uso atrevidamente
de letras que se juntam
como que com preguiça
como que adormecida
numa rede qualquer
como surgida da terra molhada
como palavra germinada de um órgão
de um membro, que talvez inumano
                                      quiçá divino,
vem trazer emoção
ao peito de um menino.

                                      JORGE MEDEIROS


4 comentários:

  1. Eis aí um excelente poema... Aplausos amigo!

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  2. O novembro trazendo raízes prenhes de inspirações, lindo teu poetar, lindo...

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  3. O tempo passa mas a amizade leal
    fica e a sua é permanente na minha vida
    demorei mas vim elogiar seu poema
    e deixar um abraço carinhoso
    Bjuss
    Rita!!!


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  4. Em você amigo existe pura poesia.Parabéns.

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