sábado, 23 de fevereiro de 2013

NO TEMPO EM QUE EU NÃO PODIA IR À WOODSTOCK, PROTESTAR CONTRA A GUERRA DO VIETNÃ, GRITAR UM VIVA À CHE GUEVARA, DIZER NÃO À DITADURA, SER LIVRE E BEBER MINHA CERVEJA ATÉ CAIR.


Este poema é dedicado ao meu amigo e companheiro do Gambiarra Profana
Sérgio Salles-Oigers  e seu espírito livre.
“Censurar ninguém se atreverá, meu canto já nasceu livre” Sérgio Salles Oigers


No meu país
Eu tenho hora para acordar
E hora para dormir
Serei preso se não obedecer

A inquisição está atrás do vidro
E nos julga como Josef K foi julgado
Levanta muros entre amigos
Silenciando vidas
Censurando vozes
E expressões artísticas

No meu país eu não posso
Fazer minhas próprias escolhas
E caminhar livre por ai

No meu país eu tenho hora
De acordar e hora de dormir
E serei preso se não obedecer

Na biblioteca não tem os livros
Que eu quero ler
Na loja de discos não tem os discos
Que eu quero ter

No cinema é proibido passar filmes
Como “Fahrenheit 451”, “Easy Rider” ou “Z”,

Na poesia apagam as luzes
Desligam os microfones
E alguns chamam de lixo
A poesia que eu e alguns amigos
Gostamos de escrever

Arnoldo Pimentel

5 comentários:

  1. Amadoescritor, que seu sabado seja regado de harmonia e brandura.
    Abraçpo fraterno
    Nicinha

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  2. Arnoldo tá difícil continuar a caminhada poética. Por diversas vezes penso em desistir. Mas são palavras como as suas que me alfinetam e me impulsona a retomar a caminhada. Obrigado por dedicar esta obra a minha pessoa.

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    1. A caminhada poética como qualquer outra coisa que abraçamos em nome da liberdade, em nome do nosso amor a vida, sempre será difícil, mas é nisso que nos alimentamos e caminhamos. A liberdade é um dom do seu coração, da sua alma e essas coisas custam caro, mas vale sempre a pena.Beijos em vocês.

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