domingo, 20 de fevereiro de 2011

APOCALYPSE (TRILOGIA) (Arnoldo Pimentel)


                                                                APOCALYPSE 1.3

Não quero passar
O resto do tempo
Sob a terra umedecida
Tendo a lápide
Os dizeres:
Não sei de onde vim
Não sei pra onde vou
Nada sou



Se você não preparar seu coração
Ficará como eu
Num deserto de sal
Deserto sem sol
Sem clamor
Banhado pela dor
Perdido
Habitado pelo medo
Medo de ser esquecido
Esperando o fim
No abismo sem fim


                                                               APOCALYPSE 3.3

A dor ainda queima meu corpo
Apesar do tempo
Apesar do arrependimento
Que mesmo cortando o horizonte
Ainda não chegou
Nem mesmo o sangue
Que derramei
Amansará minha dor
A navalha ainda está acesa
E minha garganta está próxima
Do furacão que a cortará
Assim as rochas que protegem
Meu coração, e são frágeis
Irão desmoronar no meio da brisa
Iluminadas pelo luar da doce ilusão
Que o tempo levou
Pelo tempo que acabou

4 comentários:

  1. Que lindo, querido... Não sei se pela luz do sol ou pelo sol do solo desértico dos meus pensamentos, teus dizeres me são hoje, ungüentos que fazem minh'alma sorrir, benfazeja brisa me sopras!!!

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  2. Se você sente que tudo perdeu seu sentido, sempre haverá um "te quero", sempre haverá um amigo. Um amigo é uma pessoa com quem se pode pensar em voz alta:* conta sempre comigo meu amigo.quanto ao post adorei palavras sábias.

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  3. Arnoldo, meu querido, desculpe-me por não ter vindo antes, tive uns probleminhas, mas tá tudo em paz agora.
    Você disse tudo, amigo, não devemos ficar nessa dor e esperando sempre o apocalipse. A felicidade é urgente, não pode esperar. Adorei!

    Olha, eu falei umas palavrinhas sobre você e outra amiga, a Pedrasnuas, lá no Porta-jóias. Quando puder, dá uma passadinha por lá, na boa!Rsrs.
    Um bom transcorrer de semana!!!Bjsss

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  4. você escreve lindamente... a escrita é o reflexo da alma.

    beijos

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