sexta-feira, 25 de fevereiro de 2011
Faltou luz
Faltou luz na rua.
Estou na escuridão.
Estou nas trevas.
Estou no vácuo.
Refletindo o que me resta.
Que uma só estrela
não ilumina toda a terra.
Ouço vozes.
Vejo vultos.
Sinto pessoas.
Reclamando
cantando
conversando
xingando.
Busco um sentido.
Procuro um sentimento.
Viro um nó cego
na garganta do mundo
que me move parado no breu
e se divide
entre o medo e a volúpia
o receio e a malícia
o pavor e a luxúria
o terror e a cobiça.
O quero eu desse lugar?
O que quero eu de mim?
Porque permito que o que eu não quero
venha me humilhar
e rebaixar toda a idéia e vida
parida em fim?
Cada coisa tem seu tempo
firme ou nublado
limpo ou nuveado.
Não me preocupo com o que já era para ter chegado
mas com o que está para chegar.
No meio do nada
recobro um verde-esperança
vindo de um sonho azul-céu
trazendo a luz que volta, mansa-branca
dentro dos seus olhos castanhos de mel.
Marcio Rufino
(Do livro Doces Versos da Paixão)
Crédito da imagem: site Baixaki.
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Nossa... que lindo!
ResponderExcluirE perfeitamente real e sóbrio!
Quantas vezes não me sinto assim!!!
Um beijo, meu doce!
^_^•
Lindo!!!!!!!Não é preciso falar mais nada!
ResponderExcluirAdorei o blog, amei o texto! Já o sigo.
ResponderExcluirQuando puder, faça-me uma visita. Abraços.