segunda-feira, 14 de fevereiro de 2011

A Verdadeira História de Como me Afoguei em uma Gota D'Água

Tenho as unhas sujas
como as de um cão que vai à feira
com sacos plásticos pendurados nas orelhas.

Mesmo sem ouvidos posso ouvi-los
esmurrarem com elegância e belos
o alfaiate contra a parede do ferro-velho.

Mesmo sem os dentes da frente
permito-me sorrir incendiário
a cada bordoada que ouço em meu imaginário.

Mesmo sendo eu.
O alfaiate, o cão e o banguela.
Não sou novela.


(Sergio-SalleS-oigerS)

5 comentários:

  1. Uma poesia completa e singela.

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  2. És muito é de verdade!

    Ainda que sob personagens o dia transcorra igual
    és alma e viajas, num barquinho de papel
    nessa gota d'agua mansa, nesse mundo irreal!!!

    ^_^•

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  3. Grande Sergio,
    Sempre com sua irreverência e olhar corrosivo sobre o mundo. Abrçs!!!

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  4. Adoro sua poesia reta e real. Parabéns, adorei; beijos!

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  5. É uma honra pra mim fazer parte do Gambiarra Profana e poder colaborar no blog onde desfilam talentosos poetas, cada um com uma identificação poética toda própria.

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