Esses poemas falam da solidão em si, "Gênesis" é o começo, o nascimento, quando ainda existe a esperança que vai se desfazendo bem à frente, usei o título por achar que nada traduz começo como a palavra Gênesis, Exílio é quando tudo começa se mostrar, os sonhos estão evaporando e a alma se reclusa mostrando o que realmente está por vir, usei o título Exílio por achar que é ali que tudo se desmorona, que a realidade se mostra e as paredes do quarto, que é a própria existência podem ser o auto flagelo, Paraíso é o final de tudo, o ocaso, é ali que a solidão está, mas é também o auto conhecimento, o ocaso sempre foi, é e sempre será o âmago da solidão de uma pessoa, pois é o seu fim, tendo ela sido feliz ou não.
Uma pessoa falou-me "Mesmo que escolha viver sempre sozinho, viva com Jesus no coração" e acho que só escapa do ocaso da solidão e pode ter um recomeço depois do fim é que tem Jesus no coração.
GÊNESIS
As luzes ainda foram vistas
Mas logo se apagaram
Os passos foram ouvidos
E logo ali ao lado se calaram
O filme falado
Com cenas mudas
Ficou largado no sofá
O lanche imaginário
Não foi tirado do refratário
O sono cativou
E algemou
A noite acabou
EXÍLIO
Ficou apenas a ilusão
De ouvir o relógio
Ondas que vagueiam
No quarto
Vulto da lua
Que entra pela fresta do tempo
Abrindo a janela
Lembrando o que lá longe
Depois do bosque
O espera
PARAISO
As manchas
Ainda estão no canto da parede
A cama no meio do quarto
O cinzeiro com cinzas
Ao seu lado
Olhar tímido
Tempo perdido
Do amor
Que nunca será
Lembrado
O Poema Paraíso já foi postado aqui, mas preferi colocar porque ele fechar o círculo da trilogia.
As vezes deparo-me na trilogia da solidão...
ResponderExcluirAs luzes se apagam, me apego a ilusão,o paraíso é tempo perdido, nada faz mais sentido. Nesse círculo de individualismo emocional sofri horrores mas voltei a viver, antes que o sol se fosse de vez e não houvesse chance alguma de um dia encontrar a luz no fim do túnel... assim me livrei da solidão, hoje as vezes até me sinto sozinho mas com uma paz que me faz ver diferente.
És inspirador Arnoldo
ResponderExcluirhttp://kiroamiga.blogspot.com/2011/03/blog-gambiarra-profana.html
Amei a trilogia!!!
Um beijo grande, carinho ♥
Genial, poemas raros, amo ler poesias assim, um grande abraço de parabéns pela bela postagem, poemas estes que ficam com o leitor igual há um filme inesquecível.
ResponderExcluirFechamento perfeito com passagens intrigantes e marcantes. Parabéns Arnoldo.
ResponderExcluirMuito lindo esse poema,perfeito.
ResponderExcluirParabéns Arnoldo.
Bjs