quinta-feira, 24 de março de 2011

GÊNESIS, EXÍLIO, PARAÍSO (TRILOGIA DA SOLIDÃO)





Esses poemas falam da solidão em si, "Gênesis" é o começo, o nascimento, quando ainda existe a esperança que vai se desfazendo bem à frente, usei o título por achar que nada traduz começo como a palavra Gênesis, Exílio é quando tudo começa se mostrar, os sonhos estão evaporando e a alma se reclusa mostrando o que realmente está por vir, usei o título Exílio por achar que é ali que tudo se desmorona, que a realidade se mostra e as paredes do quarto, que é a própria existência podem ser o auto flagelo, Paraíso é o final de tudo, o ocaso, é ali que a solidão está, mas é também o auto conhecimento, o ocaso sempre foi, é  e sempre será o âmago da solidão de uma pessoa, pois é o seu fim, tendo ela sido feliz ou não.
Uma pessoa falou-me "Mesmo que escolha viver sempre sozinho, viva com Jesus no coração" e acho que só escapa do ocaso da solidão e pode ter um recomeço depois do fim é que tem Jesus no coração.


GÊNESIS    
                                                                 
As luzes ainda foram vistas
Mas logo se apagaram
Os passos foram ouvidos
E logo ali ao lado se calaram
O filme falado
Com cenas mudas
Ficou largado no sofá
O lanche imaginário
Não foi tirado do refratário
O sono cativou
E algemou
A noite acabou



EXÍLIO
                                                                   
Ficou apenas a ilusão
De ouvir o relógio
Ondas que vagueiam
No quarto
Vulto da lua
Que entra pela fresta do tempo
Abrindo a janela
Lembrando o que lá longe
Depois do bosque
O espera


PARAISO

As manchas
Ainda estão no canto da parede
A cama no meio do quarto
O cinzeiro com cinzas
Ao seu lado
Olhar tímido
Tempo perdido
Do amor
Que nunca será
Lembrado



O Poema Paraíso já foi postado aqui, mas preferi colocar porque ele fechar o círculo da trilogia.


5 comentários:

  1. As vezes deparo-me na trilogia da solidão...
    As luzes se apagam, me apego a ilusão,o paraíso é tempo perdido, nada faz mais sentido. Nesse círculo de individualismo emocional sofri horrores mas voltei a viver, antes que o sol se fosse de vez e não houvesse chance alguma de um dia encontrar a luz no fim do túnel... assim me livrei da solidão, hoje as vezes até me sinto sozinho mas com uma paz que me faz ver diferente.

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  2. És inspirador Arnoldo

    http://kiroamiga.blogspot.com/2011/03/blog-gambiarra-profana.html

    Amei a trilogia!!!

    Um beijo grande, carinho ♥

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  3. Genial, poemas raros, amo ler poesias assim, um grande abraço de parabéns pela bela postagem, poemas estes que ficam com o leitor igual há um filme inesquecível.

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  4. Fechamento perfeito com passagens intrigantes e marcantes. Parabéns Arnoldo.

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  5. Muito lindo esse poema,perfeito.
    Parabéns Arnoldo.
    Bjs

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