sábado, 23 de abril de 2011

Poema Desconcertado




Quisera Deus que eu escrevesse estas palavras para me expressar
Mas, na verdade, escrevo para me desabafar.
Como um fantasma obsessor
Tu ressurges do nada para me confundir
como uma dor que se finge de orgasmo só para me iludir.
Eu pisava em nuvens com o asfalto protegendo a minha cabeça
Quando aparecestes conduzindo meus olhos.
Tu eras tão exuberante quanto uma aquarela
e eu me via tão comum quanto uma telenovela
quando eu gostei do teu jeito de andar
do teu jeito de não me notar.
Eu era um peixe falastrão passeando por praias mudas.
Na ânsia de ter o que se quer
todo homem é meio Jesus e meio Judas.
Desse vinho queria eu beber até a última dose
e era em ti que eu refletia toda a minha neurose.
Questionando os vaidosos que arrogantemente somos
não sei se ainda guardas as marcas de meus dentes em teus ombros.
Nesse romance mal interpretado de personagens mal explorados
Tu permitias que eu me perdesse entre frases feitas,
pessoas mal resolvidas,
pensamentos bobos,
coisas mal ditas.
E eu só queria,
pelo menos uma vez na vida,
que os nossos corpos
fizessem parte dos vários pares de corpos que rolam na noite
Mesmo com toda dor que isso pudesse causar,
Mesmo com toda camisinha que disso pudesse cuidar.
Caindo na boca de toda essa gente.
Ao mesmo tempo igual
ao mesmo tempo tão diferente.
Pois teu jeito entrou na minha cabeça
como um espermatozóide enlouquecido
penetrando o óvulo umedecido
que fecundado gerou um abismo
onde eu insisto em afundar.
Caindo na boca de todo esse pessoal.
Ao mesmo tempo tão diferente
e ao mesmo tempo tão igual.
Na simples aventura de amar,
sinto que meu sentimento vale ouro.
Acredito que fomos feitos para nos encontrar,
mas não feitos um para o outro.
Um sentimento que pareça bastante verdadeiro
não quer dizer que seja totalmente sincero.
Um pensamento que se apresente muito mentiroso
não quer dizer que seja absolutamente hipócrita.
Hoje,
por não ter resistido ao fascínio,
grito a minha histeria,
me condenando ao ócio eterno
e entregando minha carne a pernilongos.
Na verdade, não te culpo por não ter me achado.
Sua grande crueldade foi não ter me amado.

Marcio Rufino
Todos os direitos reservados.

11 comentários:

  1. Este texto é uma grande identificação comigo, nasci, cresci, envelheci e a coisas resultaram da mesma forma que esta relatado em seu texto, passa a vida vem o cotidiano e ela nos encarrega para refletir quando lemos um texto assim, nada por acaso mesmo, o mundo é uma sala pequena que as vezes parece infinita de adjetivos. Parabéns belo texto emoção à flor da pele.

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  2. Prezado Arnoldo Pimentél,obrigado pela visita e comentário e por poder ler esse "Poema desconcertado"Um fraterno abraço.
    Atenciosamente.
    João Bosco.
    25/04/2011 as 09h44min.

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  3. Arnoldo,que combinação maravilhosa neste poema.Como é bom poder dizer tudo que sentimos com as palavras.Muito bom.Um grande abraço!

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  4. Arnoldo, obrigada pela visira e que poema original...amei. Parabéns. Abraços.

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  5. Muito interessante o poema!
    Quarta-feira iluminada pra ti!
    Abração!

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  6. OLÁ QUERIDO!
    O QUE DIZER MEU CARO...?
    EMOCINANTE DESABAFO!
    UM ABRAÇÃO!

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  7. Nossa que blog mais alegre!!!! ADOREIIII =)
    Estou te seguindo!!!!

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  8. Amigo querido,Que todos os dias quando você acordar...
    receba dos Céus a bênção de ter
    sempre por perto as pessoas que te amam...
    Um final de semana com toda sorte de benção bjs!!!

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  9. Quis le-lo...
    Vi aqui tanta alegria...
    Fiquei a observar quem me sorria
    e sorri também!
    Obrigada!
    Com carinho e uma flor
    rosa
    de
    Fátima

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  10. Penso eu, na minha modesta insabedoria poética:

    Que mania que a gente tem de colocar a felicidade na mão do outro.
    Ninguém tem a responsabilidade de nos fazer feliz.
    E a gente insiste.
    Melhor o desapego....do que um amor mal resolvido e sofrido.

    Falei besteira né..acho que a culpa é das duas taças de vinho que acabei de tomar pra me inspirar..rs]
    bj

    Ma Ferreira

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