O Amor Me Pegou
O amor me pegou
Entre solidão e música romântica 
Entre meu quarto e minha cama. 
Quando de repente 
Me lembrei da primeira vez 
Que vi seu rosto 
De repente me vejo aqui 
Com esse leão feroz 
Querendo saltar de dentro do meu peito. 
Que vai dar no mar 
Que nos levará para uma ilha 
feita para nós dois. 
Guardada por um deus grego 
E uma santa católica 
Que se compadeceram 
Da sinceridade do meu amor. 
Será que você não vê 
Que meu coração 
é uma baleia gigante 
Que ondula, pula e salta 
De cabeça para o rabo 
Num mar de bem-querer. 
Mas eu fico aqui nesse quarto 
Totalmente exilado, alienado, separado 
Desse mundo que não se cansa 
De correr lá fora. 
Dessa gente que não se cansa de andar lá fora. 
Não quero que minha solidão me enterre em terra frouxa 
Me comendo da carne em incerteza 
Que é a destruição. 
Mas me conduza em estradas iluminadas 
Por noites escuras de lua e estrelas 
Que é a paixão. 
Bendito seja seu rosto vermelho 
De vergonha e charme. 
Bendito seja seu olhar infantil 
De inocência e arte. 
Ainda hei de ver chegar o dia ou a noite 
Em que numa mesa de bar 
Ou numa festinha de estar 
Chegaremos juntos 
Passo a passo 
Palavra a palavra 
A verdadeira razão espontânea de sentimentos. 
Não quero que minha loucura 
Faça com que minhas unhas e meus dentes 
Me estraçalhem vivo 
Que é a morte. 
Mas faça com que meus lábios e minha língua 
Percorram os pelos do seu corpo 
Sugando a sua energia 
Que é a sorte. 
Maldito seja todo o rosto pálido 
De hipocrisia e maldade. 
Maldito seja todo olhar frio 
De ironia e falsidade. 
Ainda hei de ver chegar a tarde ou a madrugada 
Em que você vai me ver 
Como uma pessoa 
Que te quer muito amor 
Que não é só um corpo 
Capaz de dançar 
Mas de fazer música. 
Não é só capaz de comer 
Mas de sentir fome. 
E aí você vai entender 
A razão do que eu digo 
Pois é com muito orgulho 
Que eu grito 
Com todas as minhas vísceras 
Que o Amor me pegou. 
E é ele quem me abre o coração 
Para você passar 
Assim como Moisés abriu o Mar Vermelho 
Para o povo hebreu caminhar. 
É por isso que eu sou seu 
Mesmo que você não queira. 
É por isso que você me domina 
Mesmo que não me deseje. 
Agora cala minha boca. 
Não quero mais falar. 
Não quero mais te olhar. 
Não quero mais traduzir em versos 
Tudo que os meus olhos lhe revelam 
E meu coração pensa. 
Tudo que minha boca insulta 
E meu pensamento pulsa. 
Já que esse amor não morre. 
Renasce em outro crepúsculo, 
Percorrendo outros músculos 
Em poucos minutos, 
De um tempo minúsculo de se querer. 
Cresce em reflexos 
Num mundo circunflexo 
De dias perplexos 
De sentido sem nexo de se viver. 
Se reproduz desesperado 
Num momento exato 
De corações apertados 
E sentimentos frustrados de se esperar. 
Morre em braços duros 
De homens maduros 
De pensamentos obscuros 
e corpos profundos de se entregar. 
Marcio Rufino
(Do livro Doces Versos da Paixão).

Quando o amor pega de jeito ele passa a se chamar: Paixão.
ResponderExcluirAii o doce amar!!!
ResponderExcluir^_^•
O amor pela poesia te pegou e não teve jeito, e desse amor nascem poemas sempre intensos e eternos.Beijão meu amigo.
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